quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Interior, a província

As relações, inclusive empresariais, que acontecem no interior podem ser analisadas com um olhar nostálgico, como de quem estuda um feudo. Você deve estar achando um pouco exagerado esse ponto de vista, pois estamos em uma das regiões mais ricas do pais (a segunda região, ficando atrás apenas da grande São Paulo), temos 1 universidade e mais de 10 faculdades em nossa cidade, a elite intelectual do mercado sucroalcoleiro moras em nossos bairros, temos grandes nomes da teoria crítica do pais que passam por essas ruas. Como podemos ser tão provincianos assim?

Vamos analisar como se davam as relações em um feudo. Cada senhor feudal tinha controle total sobre suas terras (quem entrava, quem saia, quem poderia morar dentro de suas seguras muralhas e qual e quanto valia a moeda usada) e em volta desses reis locais haviam os nobres que cultuavam seus próprios costumes em uma forma de manutenção de seu status. Com a emergente chegada dos burgueses foi constituído o Estados/Pais o qual unificava os feudos com uma única política e moeda, que favoreceu brutalmente o comercio (leia os burgueses), pois agora os portões dos antigos feudos eram abertos à entrada de produtos.

E como se dão as relações no interior atualmente? As colunas sociais, os eventos fechados, os casamentos milionários... “haviam os nobres que cultuavam seus próprios costumes em uma forma de manutenção de seus status”. Outro detalhe importantíssimo é o nítido conflito entre nobres e burgueses que se matem presente, os novos ricos não tem acesso fácil ao grupo da elite, afinal eles não tem a “herança real”, o “sangue azul’, o nome e sobrenome.

As relações que se dão dentro dessa corte podem ser aplicadas no mercado publicitário, pois diz respeito ao relacionamento direto com os donos das empresas com as agências (vou utilizar um comentário que fiz no post "A adequação da propaganda ao meio que vive." feito pela nossa parceira Sunday do blog traz o amendoim.

Cliente com seus lemas (lesmas) de administração: “negócios são negócios e a amizade faz parte” incentivam a acomodação (pré-requisito básico do estudante de comunicação social) da agência. Com a segurança do free em seus bolsos independendo se aquele fouder saiu ou não, os publicitários se acostumam a essa situação e não se desenvolveram. Acho que a culpa diso tudo é a paixão pela terra (amor pela cidade e suas tradições), que entra desenfreadamente na contra mão do objetivo de uma empresa (lucro, money, cash, dindim, $$, aquele que trás o leitinho das crianças...).

Você já ouviu: Qual é o seu nome? Quando a resposta que a pessoa esta esperando é o seu sobrenome ou de qual linhagem você vem? Hum?

AddThis

 
BlogBlogs.Com.Br