quarta-feira, 29 de abril de 2009

Atrás das linhas inimigas | Um dia de futebol

Domingo, dia 19 de abril, um dia ensolarado e bem pacato, mas as velhinhas sentadas em suas cadeiras velhas e barulhentas não sabiam que essa calmaria estava para mudar, pois esse era o dia marcado para o confronto entre Corinthians x São Paulo (papapaaaaa).

E com a ingenuidade de pato, fui ao encontro de alguns amigos em Campinas, para desfrutar esse monumental momento degustando uma cerveja, mas pouco eu sabia que esse seria um dia cão.

Tive alguns compromissos em Piracicaba antes de embarcar para capital planície sãopaulina (planície, pois é onde alguns animaizinhos felizes vivem), ao chegar fui direto ao ponto de encontro, o bar Azul, mas esse maledito estava fechado. Ai o taxista me indicou um outro bar, logo ali perto que com certeza estaria passando o jogo, um tal da “Scuby”... Ok, então, vamos pra lá.

Só sei que não conseguir entrar em contato com o pessoal e de repente eu estava em um bar com mais de 200 sãopaulinos (o.O... fato valido: Sou corintiano), se passaram várias imagens de morte, autópsia e muitas outras regadas à muito sangue. Em um súbito ataque de insanidade eu resolvi ficar e assistir o jogo, afinal eu tinha ido para Campinas para isso mesmo.

Fato interessante foi que durante o primeiro gol do Corinthians passou o ônibus, o “Parque São

Jorge” verifique a rota dele: (rsrsrsssrsss)

Tudo corria bem até o primeiro gol do Corinthians: o clima começou a ficar pesado e os torcedores já não cantavam os hinos com tanto fervor. Depois de alguns minutos o maldito Gornaldo me faz um gol no São Paulo, 2 a 0 e ai fui transportado para uma outra realidade: me senti em uma passeata muçulmana contra o imperialismo norte-americano, a multidão assumia uma personalidade agressiva e em ponto de combustão. Neste momento apareceu um rapaz com a camiseta do Corinthians a meio quarteirão dali e como em uma estouro da manada, diversos torcedores correram atrás da caça. Não pude acompanhar-los na corrida afinal... (você me entende, tava passando jogo na TV e pra que eu ia correr.. aaaaah..), mas depois de alguns minutos os caçadores voltam com seu troféu nas mãos, uma camiseta do timão, e em circulo eles balbuciavam e batiam as mãos no meio, comemorando aquela vitória que logo foi queimada... isso, assim como fazem com a bandeira do EUA naquelas passeatas citadas acima.


Como a indignação de “perder mais uma vez para esse time de merda” pairava no ar alguns macacos alcoolizados começaram a chutar alguns carros que passavam por aquela esquina e logo logo a policia chegou, primeiro duas motos, depois duas viaturas de pequeno porte e depois mais duas blazers: os coxinhas desciam com submetralhadoras a mão e se posicionaram do outro lado da avenida, apenas observando e intimidando aqueles desordeiros.

Tudo isso acontecia e eu me segurava para não fazer a dançinha da vitória ali mesmo, mas achei que terminar como meia camiseta queimada na faixa de pedestre não devia ser um bom jeito de terminar aquele dia encantador, portanto um pouco antes do final do clássico eu parti e deixei todo aquele cenário bizarro para traz.





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